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sábado, 3 de agosto de 2019
Explicação
As matérias anteriores deste dia 3 de agosto, fariam parte da Edição 876 do Verdades&Mentiras no formato habitual, que está sendo revisto, daí esta divulgação "diferente"...
Investidores não residentes
É verdade que os investidores estrangeiros venderam muito em julho (R$ 6,532 BB)servindo a todas as demais categorias (destaques os institucionais R$ 4,191 BB e as pessoas físicas R$ 2,718 BB).
Ao mesmo tempo, os não residentes expandiram sua posição vendida no futuro do índice até 104 mil contratos, como hedge, quantidade há muito não vista.
Ou seja, confiam na venda, desconfiando...
Vale3 & Petr4
Em acomodação:
Os gráficos de VALE3 e de PETR4, retratando a evolução na atual Onda V do Ciclo, iniciada no começo de 2016, são bastante parecidos: uma longa e firme sub onda V,1 até o final de 2018 e uma acomodação de lá para cá, no que seria a sub onda V,2.
Mais recentemente, então, a PETR4 parece mais firme do que a VALE3, talvez pela forte queda ocorrida em mao/junho de 2018, que poderia ter deixado o papel com menor pressão posterior de venda.
Isso fica nítido no desenho descendente da VALE3 nos últimos meses, comparado com o ascendente da PETR4 no mesmo período, justamente quando ocorreu a tragédia de Brumadinho.
Na teoria, a evolução mais provável nos próximos meses, seria a de uma segunda perna de baixa para ambos os papéis, dentro do padrão clássico das acomodações (duas pernas de baixa, entremeadas por um repique intermediário).
Uma justificativa para tanto seria o proceder habitual dos mercados: passar a vendedor com a aprovação provável da Reforma da Previdência, mesmo com o prosseguimento de bons desempenhos operacionais das empresas, num movimento do Princípio do Contrário.
A alternativa é que esse quadro ocorra mais adiante, precedido por topos acima dos atuais, esticando a sub onda V,1.
O trimestral da Petrobrás
Itens especiais positivos:
Normalmente surpreendendo o mercado com ajustes e provisões negativas, que reduzem o resultado final, neste trimestre a Petrobrás teve seu lucro líquido inflado principalmente pelo produto da venda da TAG, sua distribuidora de gás: desconsiderando-se os efeitos dos itens não recorrentes, o lucro líquido recuaria dos R$ 18,8 BB para R$ 5,2 BB...
Para o próximo trimestre, já há uma estimativa de um ganho de capital de R$ 14,2 BB com a venda de ações da BR Distribuidora.
No período em exame, houve alguma elevação dos preços internacionais e aumento de produção de óleo, que produzirão efeitos no 3º trimestre; houve ganho de margens, apesar da valorização do dólar no período. Em mais um mês consecutivo de fluxo de caixa positivo, a companhia reduziu sua dívida líquida para US$ 83,7 BB (menos US$ 11,9 BB em relação ao 1ºtrimestre do ano); o índice dívida líquida/LTM EBITDA ajustado caiu para 2,52x em relação a 2,89x do início do período.
Também por conta desse fluxo, o Conselho de Administração aprovou a antecipação de juros sobre o capital próprio no valor de R$ 2,6 BB ou R$ 0,20 por ação.
Está firme a perspectiva de que a performance da Petrobrás siga o perfil deste trimestre no futuro próximo, ainda com eventos importantes por vir, como a continuação da venda de ativos e o grande leilão do pré sal, previsto para outubro.
O mercado começa a imaginar se a fase das surpresas negativas possa ter terminado...
O trimestral da Vale
Novo prejuízo
A Vale teve um segundo trimestre consecutivo de perdas; o prejuízo líquido alcançou R$ 384 milhões no 2T19, principalmente como resultado de provisões adicionais relacionadas: a) à ruptura da barragem de Brumadinho (R$ 5,9 bilhões); (b) ao descomissionamento da barragem de Germano (R$ 993 milhões); (c) à Fundação Renova (R$ 1,477 bilhão).
A reparação dos prejuízos causados pelo acidente em Brumadinho parece estar razoavelmente encaminhada, mas é assunto para ainda ser visto com cautela.
A receita líquida cresceu em relação ao trimestre anterior e a igual período de 2018, o mesmo acontecendo com o resultado bruto e, descontadas as provisões especiais, o desempenho foi semelhante ao do 3º trim de 2018, com lucro perto dos R$ 6 bilhões.
Sendo assim, a companhia estaria gerando um lucro líquido recorrente de cerca de R$ 23 bilhões/ano e o p/l corrente estaria muito baixo, em torno de 4,35. Essa baixa precificação estaria justificada pelo risco de novas provisões, que por sua vez, está em declínio.
No trimestre encerrado em junho agora, a dívida bruta totalizou US$ 15,79 bilhões, tendo sido reduzida em cerca de US$ 1,26 bilhão num desempenho favorável dadas as circunstâncias.
Não deixa de ser um testemunho de bom desempenho operacional, levando em conta ainda que houve condições climáticas adversas à produção (chuvas no sistema Norte) e uma conjuntura de fraqueza na economia interna e mesmo na externa, ainda que os preços internacionais tenham se mantido, até mesmo por conta do acidente em Brumadinho e por suas eventuais possíveis consequências na produção da Vale.
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